terça-feira, 30 de agosto de 2011

Charlotte.


Menina de boca redonda não ama.
Vive a morder o lábio, em protesto.
Nos passam, sensação de calafrio com o olhar.
E abraçam nossas pernas, sem querer nos deixar.
Ficam belas de batom. Magnificas donas de sola suja,
andando de dedo erguido, a procura de direção.
Menina de boca redonda enlaça nosso pescoço.
Posa como musa em nossos quadros, mas descartam retratos.
Sempre dotadas de bela voz, sobrancelhas grossas, e dedos...
Novamente os pés, magros, sempre secos, sujos, imundos.
Menina de boca redonda, não vive em redoma.
Diz o que pensa, nos caça com o olhar e são donas...
São donas do destino, por isso vivem a vagar, sempre descalças
pois sabem onde tudo irá acabar.

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