sábado, 26 de junho de 2010

nº90

'Tiro o dia pro meu coração.
Subo no muro, olho para os lados
me certificando da solidão.
Me apoimo melhor nos cotovelos,
e espero.
Lá vem ela. Balançando o ( ) duro.
Tão risonha, que diaba!
Que aflição é te ver lavar roupa.
quase grito... tira a sua roupa.
É como se soubesse, bonita do jeito que é,
se banhando, e me tentando. Dando prejuizo...
Que jeito nojento de ser, como pode
existir um eu sem ser meu!
Deixa cair o sabão, me jogo pra frente, quase pego.
Ela lambe em mim aqueles olhos caidos de sono,
e me faz sonhar, estando acordado.

Tenho que dizer, tenho que desabafar
esse gostar, perdido e chorão.
Mas ela sabe. Ela faz parecer saber.
E lança no ar, um beijo,
um minusculo e escondido beijo.
Que me faz suspirar. Desmaiar.
Me derreto, sob seus olhos,
sob os meus olhos.
Sinto o teu cheiro e o meu amigo vento,
te tras pra mim.
O cheiro, frustação,
não é voce.

Recado.

Falo ou não com ele?
Digo que estou com saudade?
Que as noites não tem o mesmo
gosto... sem ele?

Digo que espero que ele me ligue,
o dia inteirinho?
Que tudo pra mim, parece tão
cinza!

- Não quero mais sofrer.

Que saudade daqueles olhos,
daquelas mãos, joelhos e pés!
Nem me arrumo mais,
ele nem ta aqui mais pra me ver.
Só posso ta apaixonada...

Sem perfume, sem esmaltes e joias.
Eu só quero brilhar pra ele.
- Me manda um recado, qualquer um.

Que tanto sofrimento é esse Deco?
Tô precisando tanto de um cheiro,
de um beijo e um colo.

Pronto. Dá um fim a isso.
Vou ter que abandona o orgulho.
-Preciso te ter!

Ligo e digo que saudade é pouco,
que vou até a pé, mas tenho que ver.
Tocar, beijar, apertar.
Que sofrimento é a solidão.
Eu tô é apaixonada.

- Aparece pra mim! - te grito.
e estampando o meu sorriso, no meu rosto.
ele me toca, me beija, e me aperta tanto,
que penso: " Que boba foi aquela solidão..."

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Como se sempre estivesse sozinho.

A vida refletida nos meus olhos parece tão falsa. Eu não pude existir sem você. Se eu não te tenho agora, como pude ter existido antes?
Como respirava, um ar sem teu cheiro. Como bebia, uma água sem teu gosto. Como poderia falar, se meu assunto é e sempre foi você. Impossível, e incontestável, você é minha vida! É inaceitável que você tenha me deixado, pro céu ou pro inferno, você me pertencia.
Sem querer me perco em tristezas, a maldade da realidade me fere. Não pode haver uma divisão, uma separação, você estar em mim. Eu te sinto em cada parte, te vejo em cada lugar, todos os lugares. Chamam-me pra dormir. Devo ir? Iludir-me e acordar, e sempre me ferir. Não tenho mais você, depois da raiva vem a impotência. Todos os dias lembranças fluem de onde nem sei. Ele inventou o querer e eu te quero. - Não posso te ter.
Talvez tenha sido um sonho, ou como mágica cai em um livro e pude viver. Por que agora morto eu estou.

Bem amor.

Eu cheguei para minha avó e fui pedindo conselho.
Disse que estava apaixonada, mas por um homem mais velho,
e tinha medo de abrir a boca perto dele.
Sou nova demais, do que poderia falar?
De nada sei, sobre nada conheço.
Minha vó, bem amor, como ela sempre é.
Perguntou-me se sabia o que era o amor.
Disse-lhe que sim. Então foi me dizendo
Que de nada precisava falar.
Que com meus beijos e meus carinhos,
De tudo ele entenderia se vindo de mim.
Que minhas palavras seriam os gestos, e
O meu assunto seria o amor.

Descobri que ela gosta.

Descobri que ela gosta.
Então digo a todo o momento.

- Você é linda!

Só assim vejo sua covinha na bochecha direita.
Mas ela é linda. Não estou mentindo.
É linda e é minha.

- Não esqueça Nina.
Você é minha!

É ai que ela abre mais ainda seu sorriso.
Diz que eu é quem devo tomar cuidado
e não olhar mais do que o necessário.
Será que estou fazendo papel de tolo?
Como se lesse o meu pensamento,
nega com a cabeça e por fim ela me diz.

- Que coisa linda é Você !
- Você esta errada!
Eu não costumo erra, vivo entre uma única linha, me equilibrando sobre a verdade. Leio muito e escuto também. Costumo falar com cautela, muita leveza, adoro palavras. Sou um pouco metida, e sim, eu na maior parte das vezes acho ter a razão.
Mas não me diga que estou errada, me mostre o certo.
DROGA! Eu adoro aprender.
Zoação, às vezes é que gosto.
Sou geminiana né.


M.J. Carmem.

( )

Acabo de perder uma grande pessoa. Na verdade a perdia, a cada minuto perdido, a cada palavra não dita, em todos os meus sorrisos omitidos. Não consigo chorar, e sinto um medo! Dizem que o sofrimento vem, e vem com tudo, tenho medo de morrer. Porque sei que não irei agüentar. Por toda a minha vida, vive através dela, dessa pessoa. Sempre soube que o meu amor vagava solitário, e todos os versos proferidos na sua intenção, voltavam perdidos. Enganam-se quem pensa, que esperei demais. Nunca esperei nada, abri o meu coração e como flechas voaram na direção dessa, grande pessoa. Sempre, andei na frente o atrás. Sempre fui o primeiro a chegar e o ultimo a sair. Agora me pego, aqui, escrevendo. Será que o sofrimento já esta a caminho? Será que tudo isso rabiscado, sobre o meu livro favorito... DOM CASMURRO. É uma carta suicida? Espero que não, alem de nunca gostar de dividir meus pensamentos, nunca caiu bem em mim o drama. A minha vida é mais uma comedia. Uma solitária e bizarra comedia. Onde eu, apenas eu, conto piadas, e todos, absolutamente todos, não riem.
Esta chovendo? Olho pro teto, nenhuma goteira, então de onde vem essa água? Passo a mão no rosto, lagrimas. NÃO! Ainda é cedo, não quero ir. Não tenho coragem de me jogar da varanda. - tenho medo de altura. - Não tenho lençóis. - minha maravilhosa pessoa, levou tudo, absolutamente tudo! - Sem veneno, tenho medo de armas.
A morte se senta a minha frente e funga, será gripe?
O amor insiste, e se eu fosse atrás dela? Se eu mudasse ou aceitasse? Ainda iria me querer?
Eu só sei que o amor dar, mas também tira.
Que ele acaricia, mas também corta, amputa e dói!
Já que vou morrer e não terei força para cortar essas paginas.
Esclareço que fui beijado e tambem beijei, muito, ele mãe.
E sim. Eu te perco pra outra grande pessoa.

sonhando acordado.

Imagino-me girando e girando, rodopiando e pulando entre as nuvens, entre as casas, entre as luzes dos faróis, entre mim e você.
Pulo de casa em casa, de livro em livro, de rua em rua, e chego até você.
Cerco-te de carinho, de principio.
Dou pouca risada, invento motivos pra ti tocar, te cantarolo uma musica da Gal ou do Jobim, melhor dos dois... Dindi!
E te conto meus segredos, mas também escuto os seus.
E te amo e amo, adoro e adoro, muito e muito.
Aproximo-me, te abraço e aliso teus cabelos.
Sussurro. - Que belos são teus olhos.
Do preto ao azul. Não importa! - Se estiverem olhando pros meus.
Novamente sussurro. - Que doce é o teu cheiro.
E assim, te beijo, mas me separo e corro.
Deus! Encontrei o meu amor, e tenho certeza que não sou mais a mesma pessoa.
Que a minha alma não pode ter vida sem o teu calor. Sem o teu amor.

Ai, Dindi, se soubesse do bem que te quero...

E por fim, como desde o principio, o Ônibus freia, eu acordo, você desce, e do acento em que me encontro, te vejo passar pela janela.
Sem dá chance deu sonhar.

- A realidade me faz salivar. Então engulo. Volto a voar.

0 há 0

Acordo todo dia com raiva. Raiva mesmo, da zoada que fazem (de propósito pra me acordar)
Acordo com raiva do mundo, do sol que atravessa o pano dependurado na janela (mesmo assim ele atravessa)
Acordo com raiva. Posso ver a poeira entre os fechos de luz (entopem minhas vias aéreas, não consigo respirar)
Acordo com raiva das buzinas, dos motores (dos carros, que passam e passam...)
Acordo com raiva do idiota que mexeu nas minhas coisas (não encontro o meu livro!)
Acordo com raiva do galo (como queria que ele se engasgasse)
Mas assim que acordo. Vejo que é dia de festa, por isso que cantam/riem/falam alto, chamando a alegria.
Vejo que depois de tantos dias de chuva, o Sol veio me visitar.
Vejo que minha velhinha, limpando a casa, mesmo sofrendo dos pés, esta limpando a casa, expulsando a poeira.
Vejo que minha caçula gira a casa apertando freneticamente a buzina que tirou da bicicleta.
Vejo que a ultima pessoa, lê, no cantinho da sala, o MEU livro. Como fiquei feliz. Felicidade de escritor.
E vejo que o pobre do galo, não desistindo de mim, me mandou acordar pro mundo, pra minha historia.

Que vergonha sentiu O tal do escritor. Descobrindo que era feliz.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

pensando só.

Eu amo o meu planeta, sinceramente, vejo potencial nele. Todos os dias vejo pessoas criando o inimaginável. Vejo o amor no sorriso, no olhar... Em tantos lugares.
Eu serei sincera, odeio assistir/ler jornais. Tenho pavor. Mas me acho uma tola, sem informação. Adoro saber o que se passa o que é novo e se desvendaram alguma coisa do velho. Questiono-me, não todos os dias, mas me questiono, será que eu estou fazendo o certo, como eu posso melhorar o meu egoísmo, como eu faço para evitar ao máximo prejudicar as pessoas que me cercam. Tento não ser boba, ser madura, intelectualizada, mas sou apenas uma menina. Obvio que sei que sou capaz, de tudo, posso conseguir tudo, mas eu não quero nada, absolutamente nada. Vejo-me completamente sozinha, sem a ajuda de ninguém. Eu sou humana, talvez venha daí o egoísmo, do medo. O medo é o ponto de partida de tudo, lembro que quando pequena, largava a mão da minha tia e me agachava no meio da rua. Era uma atitude estranha, sempre em um momento quando vinha pra casa eu me soltava dela, corria um pouco pra trás, e me agachava. Agora grande eu sei o porquê de fazer aquilo, sempre. Era o medo, eu não sabia ao certo o que eu sentia, mas era medo, e aquilo me fascinava, eu tinha medo da solidão, de ser deixada para trás. Não que eu gostasse ou quisesse que algo assim acontecesse, mas era um novo sentimento, o primeiro a ser descoberto, pois o amor sempre esteve em mim. Sempre.
Talvez seja o ponto de partida, cuidar dos medos, não solucioná-los, controlá-los, sim. Todos precisam de um pouco de medo, ele nos situa, às vezes nos mostram possibilidades. De alguma forma, temos de dar o primeiro passo, cuidar das pessoas, temos de achar um antídoto pra humanidade, porque já se acabaram as informações e só sofrimento eu leio/assisto nos jornais.

M.J. Carmem.