sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Acho que...

Tenho certeza que me falta naturalidade. Não sou boa em conversar com pessoas idiotas, me cansam e eu corto mesmo, sem chance. E odeio conhecer pessoas novas, “pessoas que outras pessoas acham que seria bom eu conhecer” Nunca dá certo. Nasci velha. Não bebo, não fumo, não gosto de sair. Pressinto dias ensolarados. Pretendo me bronzear, usar os meus óculos-escuro, acreditando que ninguém saiba, que eu observo tudo. Levo comigo uma esperança ilusória e a inocência de criança.
Talvez a forma que encare o mundo, a vida, me dê calma. É bom ter noção que vou morrer, que um dia, alguém que ame muito não voltara pra casa. Que tudo acaba, que nem todos gostam de mim, e que tem quem goste. Que o ser humano é egoísta, e sempre pensa em si. Que temos um péssimo habito de moldar as pessoas da forma que achamos conveniente e correto. Que acreditamos ser tão diferentes dos outros, mas no fim nem é tanto assim. Que é possível ter amigos, ser amigo, basta não confundir, ou inventar uma amizade. Amigo se cria, e não é necessário passar por dificuldades, para procurar, cobrar favores. Muito menos viver agarrado, e se questionar porque também não tem amigos que o visitem com mais frequência... Amigo é amigo e só.
Existe aquele “sempre”, mas terá de deixar passar algumas palavras não ditas, e aquele infeliz sintoma de ciúme. Existe aquele amor, existe sim, mas você tem que saber, logo no começo, se tem capacidade de conhecer quem esta ao seu lado, e amar, porque quem ama não cria muros, quem ama não revida, quem ama se esquecer para o amor. E todos os defeitos serão insignificantes perante o olhar, a voz, e o jeito tão único...
Eu estou me preparando, guardando energia para essa aventura. Me disseram quando criança que vou conhecer tantas coisas, e poderia fazer o que quisesse. Eu acredito, e sinto frio na barriga, porque eu levo comigo uma esperançam mesmo que ilusória. E uma inocência do tempo em que era criança.

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