Se sou quente é que nasci em dia de Sol.
Se sou doce, é graças ao gosto do meu mel.
Mas você, Ciro, gostando de mim.
É porque amor, vivemos em segredo.
Pecando sobre a noite, e aquecendo o mundo.
- Não consigo viver mais sem você.
Vivi sim Ciro. Viveu tudo isso, aguenta mais.
Meu menino-moço. Dexa de sofrer.
- Foge comigo Senhorinha, foge.
Isso não existe! Isso é vida, isso é carne!
Nem se quisesse, Deus não permite.
Perdido no mundo já tem muito demônio.
Peca aqui comigo.
- Quero mais. Odeio que te olhem!
E odeio falar e não aproveitar.
Me dá o que te peço.
- Mas você não me devolve.
Te dou mais. Te dou o meu calor.
Te dou o meu interior.
- Que injustiça!
Injustiça é você não me respeitar.
Que desagrado sinto, em não ser tocada por você.
Que solidão em ti ver aí, sentado, longe de mim.
Melhor é morrer!
- Não fala isso. Não brica de falar sério. Se te perco...
Você se liberta.
- Graças à morte. Mato-me.
Que fim tu teriás?
No inferno não há feios. E no céu, os anjos te invejariam.
-Não fale assim. Para Senhorinha.
O que digo? Meu silêncio gosta de ocupação.
-Hoje estou com sono...
Está com medo! Como posso me confiar em você?
-Não confia, apenas dorme. Fecha os olhos e dorme.
Trecho do livro Senhorinha do Largo Campina.
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